terça-feira, 28 de agosto de 2012

Câmera NIKON D-70

Adquiri uma câmera NIKON D-70 usada (apenas o corpo) aproveitando que meu cunhado estava se desfazendo dela.
Acoplei-a no telescópio mesmo com a montagem dobs para uns testes rápidos do controle remoto e fiz algumas imagens da Lua. Para encontrar o ponto de foco fui fazendo várias fotos alterando aos poucos o focalizador.




A imagem publicada foi a que mostrou melhor foco. Ela foi tratada apenas com a ferramenta níveis (PS), e pelo que pude perceber, com algum treino terei bons resultados com ela.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

APONTADOR LASER COMO BUSCADORA

MONTAGEM
A primeira coisa a ser feita é deixar um dos lados da luva de PVC com o contorno do tubo do telescópio. Para isso colei com fita adesiva uma lixa #100 no tubo e com movimentos de vai-e-vem lixei até que a luva ficasse na forma desejada. Para o serviço ficar bem ajustado é interessante fazer um número de movimentos (50 por exemplo) e depois fazer o mesmo número de movimentos trocando o movimento da luva. Esse procedimento é para que o desgaste fique por igual uma vez que quando aplicamos a força para lixar a luva de PVC tendemos a fazer mais força para um lado.
Essa etapa não é demorada, mas exige um pouco de paciência.
Depois que a luva já está com a curvatura do tubo (foto 04) colocamos a arruela em seu interior (foto 05) e a seguir colamos o pedaço de cano de forma que a arruela fique presa no interior do conjunto.
A segui cortamos o "T" de PVC conforme mostra a foto 01. Nessa etapa cada um deve fazer o corte conforme as ferramentas que tiver disponível. Eu serrei os dois lados transversais para depois fazer diversos furos pequenos para acabar de corta longitudinalmente. Uma lixa grossa termina o serviço.
Depois faz-se os furos para colimação da buscadora. Três furos a 120° de cada lado do "T" de PVC. Abri rosca em cada furo. É aconselhável fazer os furos em uma furadeira de bancada para que eles fiquem retos.
Os parafusos allen vão com contra porcas para que depois de ajustada a buscadora com o telescópio posamos travar tudo.
Para prender todo o conjunto no tubo do telescópio será preciso fazer um furo nele e por ai passar um parafuso que irá atravessar a arruela que está dentro da luva de PVC. O tamanho do parafuso tem que ser suficiente para dar um bom aperto e dependendo da arruela usada para a luva de PVC, teremos que usar uma outra arruela menor.
Ainda não coloquei a buscadora no telescópio mas assim que o fizer postarei mais fotografias.
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FINALIZAÇÂO
Fiz a pintura das partes de PVC, com a aplicação de duas demãos de prime automotivo e lixa d'água #300 e #600. Apliquei spray preto fosco (duas demãos).
Fixei o conjunto no tubo do telescópio por meio de um parafuso. Foi preciso colocar mais uma arruela na para a porca não passar pela primeira arruela (deixei a cabeça do parafuso por dentro do OTA).
Os movimentos dos parafusos allem ficaram OK e o ponto de luz verde se desloca suavemente pela parede. O alinhamento terá que ser feito de noite, por motivos óbvios.
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TESTE DE CAMPO

Quando o tubo fica até uns 20º em relação ao horizonte o peso de conjunto faz o telescópio pender para a frente. Mudei um pouco o centro de gravidade do tubo mas não pude alterar grande coisa pois a montagem dobs está no limite (o tubo não fica na vertical - zenite).
O ajuste foi tranquilo mas verifiquei que existe um problema de paralaxe. É preciso ficar na mesma posição para usar o novo apontador, assim é preciso escolher uma posição de observação o mais confortável possível.
Depois de alinhado com a ótica do telescópio a nova buscadora mostrou mesmo que é muito funcional. Depois que peguei a prática conseguia apontar para estrelas visíveia a olho nú e verifiquei que a precisão ficou boa pois mesmo com a ocular planetária - que me dá um campo real de praticamente 16 arcmin o alvo escolhido fica dentro desse campo.
Para os objetos mais difusos é só escolher uma estrela visível nas proximidades e conferir com a buscadora 6 x 30.
Agora para apontar para as estrelas será preciso um outro apontador...



















AS CONSTELAÇÕES

Segue uma tabela para auxiliar a identificação das 88 constelações pelas cartas celestes. São apresentadas 4 colunas com o nome, genitivo, abreviação e nome em português.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Telescópio Newtoniano 180mm/f7

Quando iniciei na astronomia minhas primeiras observações foram feitas com um binóculo [7X50] que meu sogro me emprestou e que mais tarde foi trocado por um outro de mesma especificação mas com componentes mais bem dimensionados.
Em pouco tempo decidi pela aquisição de um telescópio e depois de estudar as opções decidi pela construção de um newtoniano, mesmo sabendo que a compra de um industrializado seria muito mais rápida.
Hoje nem posso dizer que a opção da construção me trouxe economia pois, na verdade, com as várias modificações que fui implementando ao longo do tempo acabei gastando mais. Só que durante o processo a aprendizagem foi muito maior e hoje posso dizer que sei como funciona um telescópio refletor e que entendo a maioria dos parâmetros envolvidos em seu funcionamento.
Assim adquiri um KIT de espelhos, sendo o primário com 180mm de abertura (F7) e o secundário com 34mm de eixo menor (KIT do Sebastião Santiago). Depois de certo esforço e de algum tempo concluí o telescópio que me proporcionou observações que jamais havia pensado em fazer na vida.
Só que com a experiência acabei ficando mais exigente e percebi que o equipamento precisava de algumas melhoras.
A primeira e mais urgente era a troca do focalizador pois o primeiro era um modelo deslizante feito com tubos de PVC. O dispositivo para focalização não era suave e o problema principal era que seu eixo ótico não ficava perpendicular ao tubo principal. Assim comprei um focalizador crayford industrializado da GSO que depois de instalado trouxe muito mais conforto nas observações permitindo uma colimação mais bem feita.
A próxima mudança foi na base dobsoniana, na qual instalei rolamentos em seus discos de azimute e confeccionei um "berço" para suportar o tubo, substituindo as braçadeiras originais que ficaram muito mal feitas.
Com essa nova configuração as observações ficaram ainda mais confortáveis e precisas, pois já conseguia separar estrelas duplas com separação próxima a 2arcsec.
Mais ainda havia alguns incômodos; um deles era o diâmetro do tubo de PVC que era muito apertado para a abertura do espelho. Eram 196mm de espaço interno para os 180mm do espelho. Essa configuração causava vinhetagem e dificultava

bastante a colimação. Assim mandei fazer um tubo de chapa galvanizada com um diâmetro interno de 216mm, aumentando assim a folga do espelho. Com o novo tubo o "berço" de suporte da base dobsoniana precisou ser modificado.
Outra modificação foi a célula do primário que teve as molas substituidas além de uma furação mais adequada, feita em furadeira de bancada. Mas o principal na nova célula foi a introdução de seis pontos flutuantes de apoio do espelho para evitar deformações na superfície do mesmo. O Leandro Trevisan me forneceu os cálculos das distâncias entre os pontos de apoio, que têm que ser bastante precisas, e dependem da abertura e da espessura do vidro.
E por fim substituí o suporte do espelho secundário. Mandei usinar, furar e abrir roscas em uma peça sextavada de alumínio e ainda troquei a tradicional "aranha" de três hastes retas por uma haste curva feita com uma chapa de aço com 0,8mm de espessura. A haste curva eliminou os spikes de difração e assim consegui imagens perfeitamente pontuais das estrelas. A perda de contraste não foi muito significativa frente ao ganho na qualidade das imagens.

A diferença na observação de Saturno e a separação de estrelas duplas mais cerradas comprovaram a eficiência que todas as modificações proporcionaram ao conjunto.
As imagens desse post são uma compilação de quatro álbuns postados no multiply que descreviam todo o processo de construção e das modificações.












 Primeira versão do telescópio






Aranha de hastes retas e focalizador deslizante
improvisado com tubos e conexões de PVC








A primeira buscadora. Híbrida de telrad com red dot (funciona até hoje)









 O novo "berço" para apoio na base dobs


Detalhe da cinta de ferro: mais suavidade aos movimentos







Nova base para movimento de azimute








 Detalhe do rolamento da nova base











Novo tubo de chapa galvanizada








Pintura do tubo








Anel na boca do novo tubo para tirar a ovalização








Fixação do novo focalizador crayford








 Novo suporte do secundário com haste curva








Detalhe do suporte











 Detalhe do suporte








Suporte do secundário pintado e instalado no novo tubo








Célula para espelho primário com seis apoios flutuantes








Detalhe da nova célula








Nova célula (vista por baixo)







Adaptação do berço ao novo tubo









Telescópio finalizado

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

BINÓCULO SWIFT SKIPPER 7X50

Postado originalmente no multiply, em 31-08-2009

Sempre soube que o binóculo Omega 7X50 que usava era limitado e meu desejo era adquirir um de boa qualidade para mim (esse Omega é do meu sogro). Como tinha um binóculo para usar resolvi não me precipitar e aguardar o aparecimento de uma oportunidade.
Sempre fiquei atento aos reviews postados não apenas no cosmoforum mas também sempre pesquisava no cloudynights e no birdwatchers, não só marcas e modelos mas principalmente as características principais que definem um bom binóculo.
Se bem entendi o que andei pesquisando o que realmente difere um prisma para binóculos quando confeccionado com vidros Bak 4 ou Bak7 é:

- Prismas Bak4 tem maior transmissão de luz que os Bak7.
- Prismas Bak4 introduzem mais aberrações na imagem os Bak7.

Dessa forma pude constatar que quando se diz que um binóculo TEM que ter seus prismas confeccionados com vidro Bak4 para ser bom, isso se trata de uma meia verdade.

Se o fabricante resolver garantir que seus binóculos NÃo irão apresentar imagens com aberrações, ele certamente optará por construir seus prismas com vidro Bak7 pois para que os prismas construidos com Bak4 consigam disfarçá-las será preciso um coating muito eleborado e caro (ultra super hiper fully multi coating em todos os elementos).
Só que fazer um binóculo com prismas Bak7 acarretará em perda de transmissão de luz nas bordas da imagem.
Qual a solução? Construir prismas Bak7 maiores!

Assim a constatação reducionista que ocorre é que Bak4 É MELHOR que Bak7, mas os que fazem essa afirmação deveriam complementá-la com a afirmação:

"Prismas construidos com Bak4 são melhores que os Bak7 se tiverem o mesmo tamanho".

Os binóculos construídos atualmente para atender a maioria da demanda têm os seus prismas com as mesmas dimensões por uma questão de custo de fabricação e nesse caso poderemos afirmar que os Bak4 são melhores que os Bak7 e consequentemente mais caros. Mas binóculos com prismas Bak7 maiores possuem imagens mais nítidas e com índices de aberrações muito menores.

Pois é... apareceu uma oportunidade e acabei de adquirir um binóculo SWIFT SKIPPER 7X50 (do início dos anos 8o) com prismas feitos com vidro BAK7. O campo de visão desse binóculo é de incríveis 10°! É verificável um escurecimento ns bordas do campo quando observamos a pupila de saída mas por causa dos seus prismas superdimensionados essa perda se não for despresível é quase.

Sei que estou discorrendo sobre um assunto do qual não sou entendedor e que tudo o que falei até aqui foi retirado de informações postadas em reviews dos quais não posso atestar a competência dos autores, mas ao comparar o binóculo antigo com o "novo" não pude deixar de dar razão a essas pesquisas.

OBSERVAÇÕES COMPARATIVAS entre um Omega 7X50 com campo de 7,1° (prismas pequenos em Bak7) e um Swift 7X50 com campo de 10°(prismas grandes em Bak7).

Durante a observação de prédios e paisagens distantes durante o dia observei a passagem de um avião. Com o Omega via perfeitamente que o avião era branco com os contornos bastante nítidos. Ao trocar o binóculo, o susto. O avião era realmente branco, os contornos eram muito nítidos o leme era laranja e na fuselagem estava escrito GOL!

As comparações que mais me interessavam eram as astronômicas e por volta de 1h dessa madrugada fui para o quintal. O primeiro alvo foi a Lua. Não sei se influenciado pela observação do avião durante o dia fiquei um pouco decepcionado pois apesar de a imagem com o Swift ser mais nítida a diferença não foi tão grande.
De noite aquela perda de luminosidade nas bordas praticamente não existe. Acredito que alguém com olhos treinados poderá notar mas eu procurei por ela e não encontrei.
Como Pegasus estava já a uma boa altitude, peguei o Omega e procurei M-15. Claro que foi um pouco difícil enxergá-la pois mesmo eu sabendo exatamente a sua localização, a proximidade da Lua já caminhando para sua fase cheia fez com que eu demorasse um pouco para identificar o aglomerado globular. Ai troquei de binóculo e pude ver que o investimento valeu a pena... M-15 se destacava com muita clareza e consegui observar muito mais estrelas na periferia. A minha impressão era de que com o Omega eu via em duas dimensões e com o Swift via em três.
Ainda com o Swift nas mãos o óbvio era apontar para M-31 ali pertinho sem muitas pretensões mas quando apontei para o local certo fiquei abismado com a claridade da imagem da galáxia. Com o binóculo apoiado e usando a visão periférica podia perceber os seus braços. Pode parecer exagero e realmente se eu afirmasse que a imagem era nítida eu estaria mentindo. O núcleo estava perfeitamente visível mas os braços eram muitíssimo tênues - mas havia PL e o luar.
Para tirar a dúvida, apontei para M-31 com o Omega e nessa hora a diferença se apresentou com todas as letras: mal dava para ver o núcleo brilhante da galáxia. Ele era observável sim mas parecia que eu havia apontado para algum outro objeto muito mais difuso.
Não vou dizer aqui que agora tenho um binóculo TOP e nem que ele seja melhor ou pior que qualquer um outro, mesmo porque para afirmar isso é preciso COMPARAR.
Sei também que o melhor binóculo que existe é o que possuimos mas confesso que estou me sentindo com 10 anos de idade logo após, no dia do meu aniversário, ter ganho de meus avós um Forte Apache completo (quem está com 50 anos um pouco mais ou um pouco menos entenderá perfeitamente o que quero dizer).
Seguem fotos que fiz do binóculo novo. Ele já foi usado mas percebe-se que muito pouco e com muito cuidado. Está com a caixa, manual, correias ainda embaladas, estojo e tampas das objetivas e das oculares. Nas fotos em que achei necessidade fiz alguns comentários.









Mesmo usado o binóculo veio na embalagem original










Caixa, case e manual













Ajuste individual para dioptria - olho direito

















Encaixe para tripé pouco convencional, mas funciona bem











Coating ambar deixa as cores agradáveis








Simulação do campo de visão com o CdC