sexta-feira, 30 de março de 2012

NIKON D-40 com adaptador T2


Antena a uns 2Km de distância.

Fiz os primeiros testes com os adaptadores para fotografia em foco direto com o newtoniano (180mm/f7).
O primeiro problema foi o foco. O curso do focalizador não era suficiente para fazer o plano focal do espelho coincidir com o CCD da câmera. Assim precisei fazer uma nova furação no tobo do telescópio para "empurrar" o plano focal do espelho mais para fora.
Feito isso e a colimação consegui o foco em objetos terrestres e ainda sobrou um pouco de curso para o foco em objetos celestes. Tomara que seja suficiente...
Fazer o foco não é uma tarefa tão simples como pode parecer. Como tenho problema de visão (para perto) não dá para confiar naquilo que vejo pelo visor da câmera. Consegui algo mais próximo quando recoloquei a objetiva da câmera e, apontando para um objeto fiz o foco automático e ajustei a correção de dioptria do visor da D-40 de modo que a imagem ficasse o mais nítida possível.
Aí recoloquei o adaptador e instalei o conjunto no telescópio.
Acho que consegui me aproximar do foco, mas como a foto foi feita ed dia, havia turbulencia, então não posso garantir que tenha conseguido o ponto exato de foco.
Outro problema é o disparo do obturador. Como trabalhei com velocidade 1/800 (ISO 200) não podia disparar a câmera da maneira usual. Precisei usar o temporizador para dar tempo do telescópio parar de tremer o que leva cerca de 2 segundos, tempo suficiente para borrar a imagem, mesmo com uma velocidade que a princípio parece ser alta, mas não é o que acontece se levarmos em conta a taxa de ampliação conseguida.
Mas acho que a imagem da antena ficou boa. Essa antena está a cerca de 2Km do meu quintal. Fiz uma foto geral para que possam ter uma idéia da distância.
Vamos ver se hoje a noite consigo fazer alguma coisa.

segunda-feira, 26 de março de 2012

OBSERVAÇÂO DE 25-03-2012

A noite de domingo 25/03, o céu ficou livre das nuvens por aqui. Havíamos abortado o encontro do A.A.T.E.U. marcado para a véspera justamente por causa do tempo encoberto e da atmosfera muito turbulenta.Mas a noite de domingo estava bem limpa e calma deixando uma sensação de frustração por causa do encontro que não aconteceu.
Coloquei o telescópio para fora, alinhei a montagem equatorial e esperei pela aclimatação do tubo, ao mesmo tempo que esperava que Marte "saisse" por detrás da amoreira do meu quintal.
O primeiro alvo foi Marte mesmo. Calota polar bem distinguível e as manchas na atmosfera do planeta idem. Ainda não sou muito íntimo na observação do planeta vermelho e a coisa ficou mesmo na contemplação.
Chegou a hora de Saurno, mesmo com pouca altitude (35°) já foi possível fazer uma bela observação. Foi a primeira observação do planeta nesse ano e a inclinação dos anéis em relação ao ano passado já está bastante diferente causando uma impressão mais "bonita".
Observei quatro luas Titan, Rhea, Thetys e Enceladus (essa de mag 11,9) e mesmo com as luzes parasitas foi possível percebe-las sem dificuldade. A Divisão Cassini estava bem destacada dos dois lados dos anéis assim como a sombra desses no planeta. Foi uma observação como ainda não havia tido a oportunidade de fazer, isso graças à montagem equatorial cujo alinhamento fica mais bem feito a cada observação que faço.
É muita diferença em relação à montagem dobsoniana! A Divisão Cassini, por exemplo,que antes só conseguiaobservar com 400 aumentos, agora com o planeta "parado" no campo da ocular era perfeitamente observável com 200 aumentos. O conforto na observação está muitos furos acima com a equatorial, em que pese todo o trabalho para alinhar, equilibrar e fazer os ajustes finos.
Aproveitei a proximidade de Porrima (gamma virginis) com Saturno para tentar a separação. A primeira tentativa não deu em nada e desconfiei da colimação. Aí resolvi fazer o teste da estrela e verifiquei que a coilimação podia ser melhorada. Feitos os devidos ajustes voltei para Porrima e aí sim consegui separá-la e, com apenas 200 aumentos, era possível observar um espaçamento entre os discos de suas componentes. Está me parecendo que a distância angular entre eles está maior que a dois anos atrás quando fiz a tentativa com sucesso num dia de atmosfera muito calma (um daqueles dias que quase não se repetem durante o ano).
Resolvi partir para o Sul e apontei para ômega Centauro. Esse lado é o mais prejudicado pelas luzes parasitas e aí troquei a ocular planetária (200X) pela ortoscópica (100X) para melhorar um pouco o contraste. A observação do aglomeado com a montagem equatorial permitiu uma maior constância e conforme os olhos se "acostumavam" mais estrelas eram separadas, uma visão que ainda não tinha tido a chance de ter.
Para encerrar a noite apontei para Centaurus A. Essa galáxia sempre me surpreende e ontem, com a imagem parada, pela primeira vez consegui a observação, daqui de casa, da faixa escura que a divide. Mesmo com a ortoscópica que fornece uma PS de 1,8 mm consegui uma boa visão mesmo levando em conta as condições adversas de luzes parasitas.

RESUMO:
Data: 25-03-2012
Hora local: das 20h às 23h 30 min (GMT -3).
Coordenadas de observação: 20° 32' 19" (S); 47° 24' 03" (W) Altitude 996 metros. 
Seeing: estimei entre 7,5 e 8,0.
MVL: entre 4,5 (zenite) e 3,7 (35°).
Ventos: muito fracos com momentos ausentes.
Temperatura: entre 22°C e 19°C (início e fim).
Telescópio: newtoniano 180mm/F7.
Montagem equatorial germânica (home made) com acompanhamento em AR (picgoto).
Oculares:

planetária 6mm / 55°
aumento:...................... 208,67 X
campo e visão:............. 0,26° [0° 15' 48"]
pupila de saida: ........... 0,86 mm
eye relieff:.................... 20 mm

ortoscópica 12,5 mm / 44º
aumento: ...................... 100,16 X
campo de visão: ..........  0,44º [0º 26' 24"]
pupila de saída: ...........  1,79 mm
eye relieff:....................  11 mm

wide angle ES 70° series 20mm / 70°
aumento: ...................... 62,6 X
campo de visão: ..........  1,18º [1º 07' 06"]
pupila de saída: ...........  2,90 mm
eye relieff:....................  20 mm