sábado, 18 de fevereiro de 2012

Observação de theta Auriga e ajustes da montagem germânica

Essa noite mesmo com um tempo não muito bom coloquei a montagem gemânica para fora com o newtoniano 180/f7. Observei Jupiter por algum tempo e depois resolvi apontar o telescópio para o oeste afim de verificar o comportamento do acompanhamento da montagem nessa posição. Ai resolvi observar a dupla theta Aur.

WDS STT 545
AB
Componente 1 Magnitude: 2.60
Componente 2 Magnitude: 7.20
Separação: 4.0
Posição Angular: 304

Abaixo de J2000 RA: 05h59m 43.2s DE:+37°12' 46"

05597+3713STT 545AB 1871 2009 117 7 304 2.1 4.0 2.60 7.2 A0pSi +044-078 +37 1380 N D 055943.24+371245.9 (dados do WDS)

Consegui estimar a posição angular das componentes com alguma precisão (estimei entre 300° e 310°). Desliguei o acompanhamente da montagem para identificar a borda oeste do campo de visão e assim pude fazer essa estimativa.
O tempo estava com uma névoa fina mas mesmo assim consegui separar os componentes com 200 aumentos.
O brilho da componente A é muito maior que o da B e por isso não percebi a dupla com 100 aumentos. Pode ser que com uma atmosfera mais tranquila eu consiga.
Quando coloquei a ocular planetária (200X) percebi que o acompanhamento ficou deixando a desejar. Foi então que percebi que o peso da ocular havia desequilibrado o sistema. Corrigi colocando um imã de alto falante junto aos contrapesos porque eles sjá estão no limite do eixo da montagem.
Aos poucos vou pegando as manhas da montagem. Hoje consegui fazer o alinhamento bem mais rápido.

6 comentários:

  1. Gostei do relatório de Observação, apenas falta as coordenadas do observador !!!

    O "Heavens Above" pode dar uma ajuda !!!

    (http://www.heavens-above.com/)

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  2. Astronomia observacional tecnica. Essa é a verdadeira razão de se ser astrônomo.
    Tenho que parabenizá-lo, pois isso está desaparecendo entre os amadores que se dizem ou pensam ser astrônomos.
    Eu também assim que finalizar o projeto de minha equatorial pretendo observar, analisar e registrar comportamentos de estrelas variantes.
    Abraços.

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  3. Olá!

    Posso dar duas dicas?

    1) Ajuste de contrapesos: muitas vezes colocar mais peso junto as massas já existentes pode acabar por sobrecarregar o eixo polar. Vou deixar algumas alternativas:
    - Uma vez ajustado o alvo, se a buscadora tiver sapata tipo "dovetail" pode-se retirar a buscadora. Prender e soltar pela base não costuma perder o alinhamento da buscadora.
    - Testar previamente o equilíbrio com as oculares que serão usadas na observação. Se o desequilíbrio for no eixo da declinação, ajustar o tubo em relação aos anéis pode ser boa escolha. Por exemplo: uma ES70 é bastante leve, menos de 80g, uma Hyperion chega a 400g. Se o tubo ótico pesar 5kg, a mudança da ocular bastará para gerar desequilíbrio no eixo da declinação. Eu costumava deixar pequenas etiquetas marcando posição do tubo em relação ao primeiro anel, e fazia o ajuste conforme a ocular a ser usada. As marcas eram por classe de peso.
    - Muitas vezes o procedimento acima pode deixar o tubo ótico em posição incômoda, se o desequilíbrio for no eixo da declinação, o imã ou equivalente pode ser colocado do lado oposto, preferenciamente na menor distância em relação ao berço da montagem.
    - Se o desequilíbrio for no eixo da ascenção reta, aí não tem jeito. Pode-se tentar diminuir a distância do tubo ótico em relação ao centro da montagem ou pensar em uma categoria de montagem maior. Conforme o motor e engrenagens, um leve desequilíbrio no eixo da ascenção reta não chega a ser comprometedor, senão a cada troca de ocular, barlow etc seria preciso reajustar os pesos. O torque por redução do motor deveria dar conta do recado. Você saberá se é um leve desquilíbrio, se depois de equilibrar o eixo da declinação, já com a ocular, se o movimento no eixo da ascenção for bem devagar. Se for o caso, desconsidere, seria impraticável a cada troca de acessório reajustar os contrapesos. Se o conjunto estiver patinando não deixe de avaliar se não é o conjunto freio-embreagem (não lembro como vc fez) que não esteja retendo o conjunto de forma suficiente.

    2) Considerando vezes de ampliação por abertura mm, conforme a ótica e a estabilidade atmosférica, o telescópio atinge o seu poder resolutivo a cerca de 1 a 1,2x, tipicamente. Aumentos maiores quando a atmosfera está intranquila mais atrapalham que ajudam, pois evidenciam ainda mais o círculo de confusão que se forma nestas situações. Eventualmente um aumento maior pode ajudar por permitir mais contraste na separação dos alvos que também pode ser obtido por um filtro polarizador, ainda que o simples. Se a separação das estrelas estiver abaixo do limite do telescópio e não for possível obtê-la a 1 - 1,2x a abertura há algo atrapalhando: ótica do telescopio, colimação, ocular sem ortoscopia suficiente, condições atmosféricas etc. No livro Telescópios do Guilherme de Almeida há uma tabela para compensar os limites de magnitude conforme a altura zenital ou qualidade da atmosfera pela escala de Pickering. Para ter uma noção, faça a conta ao contrário por esta escala como se fosse determinar o tamanho do seu telescópio e veja se o hipotético telescópio ainda teria limite separador. Exemplo: um telescópio 200mm poderia detectar estrelas até magnitude X, mas fazendo a compensação pela atmosfera ele detectaria até magnitude Y. Um telescópio que detecta até magnitude Y teria o tamanho de 150mm (valor exemplo). Considere o poder de resolução do telescópio não como 200mm, mas como 150mm. Se ainda tiver poder resolutivo e não resolver a 1 - 1,2x da abertura a 200mm não é a atmosfera o fator restritivo (visão ou altura zenital), mas a ótica com algum problema: espelhos, colimação, ocular, observador etc.

    Ufa! Que dicas longas rsrs. Boa sorte na empreitada. Estou trabalhando no outro hobby (videogames antigos), se quiser algum comentário mais rápida meu, por favor, mande na conta do Yahoo.

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  4. Olá Manoel.
    Realmente ainda falta muito para ser um relatório completo. Agora com a montagem em bom funcionamento poderei fazer relatos mais detalhados.
    As coordenadas daqui sei de cor: ( 20° 32' 19" S / 47° 24' 03").
    E faltou ainda o horário: 23:45 UT

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  5. Olá franjosil.
    Quem dera tivéssemos tempo para observar o céu mais vezes...
    A astronomia amadora não passa necessariamente pela coleta de dados científicos. Isso é até desejável mas nem sempre possível pois para isso exige-se uma dedicação maior e a vida corrida de hoje nem sempre permite.
    Quando você começar a usar a equatorial não vai mais querer uma montagem azimutal. O conforto durante as observações é tremendamente maior, e vale a pena mesmo tendo um trabalho relativo para montar toda a "tralha".

    abração

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  6. Olá Eduardo.
    Pois é se o eixo de declinação tivesse mais 10 ou 15 centímetros de comprimento não haveria esse problema. Mas isso já chamou a minha atenção para quando eu for acoplar a DSLR no focalizador.
    Pela robustez da minha montagem eu acho que ainda tenho uma grande margem para aumentar a massa dos contrapesos. Como os mancais dos eixos foram feitos de alumínio fundido o esforço está sendo mínimo.
    A colocação de mais um peso (eu uso pesos de halteres de 1/2 Kg e de 1 Kg) não irá sobrecarregar o conjunto.
    Não sei se você viu o álbum que postei com a montagem - acho que sim. O disco de alumínio que serve de redução é tracionado por uma correia. Só que eu não deixo essa correia muito esticada para evitar que no caso de um esbarrão acidental não provoque danos maiores.
    A correia é dentada mas corre livre no disco (ele é liso). O pinhão que está acoplado à redução do motor de passo é dentado. Assim esse sistema funciona como uma embreagem. Uma força maior faz o disco girar sem tranmitir o esforço para o conjunto correia pinhão.
    Quanto aos aumentos aplicados na observação da dupla seu comentário está perfeito. Depois que usei 200X não retornei ao aumento de 100X para conferir. Como as magnitudes eram bem diferentes apelei logo para um aumento maior.
    Hoje o tempo fechou, mas se durante o carnaval voltar a abrir vou observar essa dupla com mais atenção.

    abração

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